sexta-feira, 2 de maio de 2014

PRAXES, PRAXETAS ou PRAXENETAS?

Além das controversas e famigeradas PRAXES, pelo que, hoje, vi, também há as PRAXETAS e PRAXENETAS.
É verdade. Imaginem só o que constatei, ali ao vivo, no meu habitual footing matinal, no Parque da Cidade do Porto. Antes porém, para quem não conhece, poderei desvendar alguns dos atributos desta maravilha da Natureza. 
A área tem uma flora bastante variada: desde os aromáticos eucaliptos, pinheiros e densos arbustros de alecrim, ao extenso bosque formado por choupos, acácias, freixos, castanheiros e plátanos, tudo nos preenche a vista, a alma, e muito contribui para melhorar a nossa capacidade de respiração, salvo quando a onda de pólenes apoquenta as vias respiratórias de um qualquer alérgico. Também tem três grandes lagos artificiais, onde "navega" a "patarada", e tem, como limite, a poente, o mar. Também se conta com o Pavilhão da Água, o tal que esteve na Expo'98. Para as vertentes de desporto, conta com 2 campos de relva sintética, um de relva natural e, ainda, quatro mesas de "ping-pong" e um campo de voleibol de praia. Possui duas esplanadas, onde se pode merendar, ou, apenas, tomar o cafezito, arruamentos vários e vias de circulação para ciclistas.Tudo muito bem enquadrado, como se adivinha. Ao lado do Parque, a norte, existe o Queimódromo, onde se realiza a Queima das Fitas e, no ano transato, foi assassinado um estudante durante um assalto ao cofre da Comissão.
 Para completar o sistema, foi o Parque dotado de um conjunto de balneários e de mais três de W.C., tudo isto separado fisicamente, em zonas distintas. E foi, precisamente, perto - por aí a uns dez metros - de uma destas unidades, no bloco destinado às Senhoras, que vi e escutei algo, que não deu para formar um fiel juizo do que realmente aconteceu. Mas que deu para intrigar, lá isso deu. Atendendo ao que por aí se tem lido, visto e ouvido acerca de certos rituais das praxes académicas, julgava eu, até hoje de manhã, que nada mais havia que me causasse espanto ou estupefação, mas, afinal, houve.
Pela estranheza das falas e movimentação dos atores, dava para perceber que, mais uma vez, se tratava de uma praxe. Uma praxe estúpida, sem nexo, como, julgo, serão todas as praxes, sendo que umas o serão mais que outras. Ao longo destes anos, nestes meus périplos pelo Parque da Cidade, já tenho observado muitas praxes, mas, desta vez, a coisa pareceu-me tão, mas tão estúpida, que, assim, à primeira, me recuso a encarar a cena como se de uma praxe se tratasse.
À porta do W.C. feminino estava um jovem estudante, já "graduado", envergando o seu traje académico, munido de um bloco A5 e de esferográfica em riste. As raparigas faziam fila cá fora, cada qual à espera da sua vez. O ritmo era lento, porque só quando uma caloira saía do W.C. é que entrava a seguinte. Mais parecia aquelas filas que se formavam à porta do Cinema Piolho, nas sessões contínuas. Até aqui, embora curioso, eu não estava incrédulo. Porém, agora, atentem nas cenas seguintes. 
Dizia o fardado para a moçoila que acabava de saír da sanita:
          - Ehhh! Volta para trás e repete, porque eu não ouvi nada! 
Ao que ela respondeu:
          - Mas eu já fiz! Agora, já não tenho vontade.
Disse o "iluminado":
          - Ficas aí do lado esquerdo, à beira dessas duas, de quem, também, não ouvi nada.
Depois, entrou uma outra que, esta sim, passados uns três minutos, tinha dado qualquer sinal ao idiota de que estaria "viva", já que, pela reação daquele, o eco, o som, o ribombar, o tilintar, o jorro, o pingo-pingo, ou fosse lá o que fosse, estava dentro das normas: era, por isso, aceitável. Esta moça, como se compreende, foi juntar-se a umas outras que, pelos vistos, com ou sem distinção, também elas tinham passado naquela estranha e sinistra prova.
Dei comigo a pensar: 
         - O que seria que cada uma das caloiras tinha que fazer para que o "ouvinte" aprovasse, ou não, o seu desempenho? Teria que defecar e, ao fazê-lo, expelir alguma "bojarda" rabo fora? Ou teria que urinar, de bica aberta, para que o jato ou pingos fossem audíveis? E se, porventura, o fulano da capa e batina fosse meio surdo ou, então, não tivesse tirado a cera dos ouvidos nos últimos quinze dias? De quem era a falha?
Bom. Eu, só não intervim porque a minha companheira estava por perto. É que ela reprova esse ato de eu me imiscuir em causas de terceiros. Na verdade eu não tinha nada a ver com aquela depravada praxe, mas gostava de ter acabado com ela.
Andam os pais a criar filhos/as para isto? Não só por estas caloiras, mas, sobretudo, pelo depravado e néscio rapazola, que pretedia testar a sua capacidade auditiva através dos sons emanados dos atos provenientes das necessidades fisiológicas das meninas.
Que grande pobreza vai na mona desta gente mentecapta desprovida de massa cinzenta.
Será que melhores dias virão? Duvido.