terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MESTRES e mestrezinhos


Há os Mestres e os mestrezinhos 
    Quase todos nós, no nosso quotidiano, ouvimos ou lemos acerca de certos assuntos, nos mais diversos campos e no cerne das mais variadas matérias, estejam elas relacionadas com a carestia de vida, com os pagamento das portagens ou com o flagelo do desemprego que, quanto a mim, estará na origem desta minha tomada de posição.
    Como tudo na vida, há temáticas que nos são familiares e outras nem tanto, mas, mesmo nestas, onde não somos muito entendidos, desde que sejamos, ao menos, medianamente cultos, também estamos habilitados a emitir a nossa opinião. No caso vertente, esta minha análise não padece de qualquer preconceito nem terá um nível por aí além, atendendo a que não tenho formação superior. Por isso, pese embora as minhas naturais limitações, e para que mais não sirva do que exercitar o cérebro e os dedos, não me coíbo de passar para o teclado o que, no que concerne ao título deste artigo, me vai  na mente.
    Ando há algum tempo com a mania fisgada de que, qualquer dia, teria que "desabafar", passando, não para o saudoso papel, mas para a tela, o meu conceito acerca deste tema, que apelido de "Os MESTRES e os mestrezinhos". Então cá vai:

   
    Era eu um miúdo que, em Vale da Pinta, quando frequentava a Primária, já ouvia, com uma certa frequência, o tratamento de "mestre". Sempre que alguém de fora da terra - como, por exemplo, aqueles motoristas dos camiões carregados de tonéis vazios que, depois de cheios, haviam de retornar rumo às adegas dos armazenistas do Cartaxo - demandavam a aldeia, nós os putos, não sabendo o nome de cada um deles, costumávamos chamá-los por "mestre". Alguns deles não gostavam muito desse epíteto e, mostrando desagrado e usando líguagem vernácula, mandavam-nos ir chamar mestre a outro.
    Passados alguns (poucos) anos e entrando no mundo das obras, constatei que, a todo o artífice que manuseasse uma colher de pedreiro ou serrote de carpinteiro, também tratavam por mestre. Até o homem, que passava as mestras de argamassa nas paredes e que serviam de guia para o reboco, era apelidado pelo mestre das mestras. Desde o mestre-escola ao mestre da música, passando pelo mestre-sala, mestre de armas, mestre de campo, mestre-cuco e mestre de obras, todos eram mestres. Mestre, também o foi Afonso Domingues que, confiando na sua sabedoria, permaneceu dois dias e duas noites sob as abóbadas do Mosteiro da Batalha, expondo-se ao eventual perigo de uma derrocada e, ao mesmo tempo, desafiando os seus detratores. Até eu fui mestre, em duas situações distintas: uma como mestre pedreiro e uma outra, uns anos mais tarde, como mestre de obras. Este grau académico-profissional foi-me passado, com diploma e tudo, pela Escola Técnica Machado de Castro. Porém, depois de 1975, passei, tal como os outros ex-colegas, a ser considerado Agente Técnico de Arquitetura e Engenharia. E lá se foi o mestre para o galheiro.
   Mas os mestres não iriam ficar por aqui, já que, nos últimos tempos - e parece que foi novidade que tende a eternizar-se - os mestrados despontam a um ritmo vertiginoso; mais parecendo cogumelos a florescer, bosques adentro.
    Ora bem. Qual é, então, o grau de analogia que se nos depara quando se olha para este tema, de um modo mais abrangente? Ora aqui é que aparece o paradoxo: os estudantes que perfilham a continuidade dos estudos após a licenciatura - de 3, 5 ou 6 anos anos, conforme os casos, não tendo onde se "encaixar" num qualquer emprego, dentro da sua área ou noutra, mesmo que de modo precário, mas que lhe garanta um início de vida condigno, e sendo-lhe negado esse bem, partem para o mestrado. Mas atenção: isto é só para os que têm essa veleidade, porque muitos, devido restrições no seio familiar, veem essa progressão por um canudo. E, assim, para estes, o mestrado torna-se uma miragem. E convém não esquecer que, aqueles licenciados de 3 anos, continuando mais 2 no tal mestrado, acabam por ser mestres ainda mais cedo do que os que ainda estão nas licenciaturas de 5 ou 6 anos.
    Mas será que muitos daqueles licenciados, que prosseguem na carreira estudantil, virão, depois, a ter sucesso na vida empresarial? É que, nesta área, em termos de categoria profissional, um mestre estará sempre um grau acima do licenciado. Agora, imaginemos o exemplo de um licenciado em enfermagem, já com dez ou mais anos de carreira, ficar sob alçada do recém-mestrado, que nunca trabalhou na vida... E esta aberração pode estender-se a outras áreas e demais profissões.

    Sobre o exposto, não se conclua que eu advogo que os estudantes que não conseguem emprego ou que não tenham grande possibilidade de emigrar, se fiquem aí, por qualquer canto, a arrumar carros ou a fazer coisas ainda piores, não. O sistema e as circunstâncias em que os políticos e banqueiros deixaram o país é que aniquilaram os anseios de qualquer jovem que, agora, se vê metido num colete de forças, do qual não sairá tão cedo. Portanto, o que seria normal era que, cada um deles, após ter concluído a licenciatura (de 3; 5 ou 6 anos), tivesse um mercado de trabalho à sua espera. Depois, aí, cada qual mostraria a sua valia, evoluindo e progredindo na carreira. O mestrado seria feito de modo gradual, conforme a mais-valia e os créditos obtidos na profissão. Melhor seria que saíssem Mestres em vez de mestrezinhos. Tentem, pelo menos.
    Em minha opinião, perante a pérfida herança deixada pelas seitas de malfazejos que vos criaram esta situação, mais vale andar a fazer mestrado do que parar de todo, mas daí à realidade da lógica e do país, vai uma diferença abissal. O "saber não ocupa lugar", se bem que, a mim, em tempos remotos, queriam fazer-me acreditar que o saber não ocupava nenhum lugar, isto é, quem sabia não arranjava emprego. Tinha eu 14 anos e queria, a todo o custo, estudar à noite, já que durante o dia tinha que bulir, no duro.
    De todo o modo, boa sorte, malta. Ânimo. 


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

DESLEIXO ou IGNORÂNCIA dos MEDIA?

Não seria SAÚDA?
SAÚDA
À PIRATARIA da NATO?
Regressa à Somália
Não seria INDISPONÍVEL?
CÉLEBRE? Não é CÉLERE?

DESLEIXO ou IGNORÂNCIA dos MEDIA?

Infelizmente, e a par das imagens, o chorrilho de disparates não acaba aqui, nestas fotos. Seja nas TVs ou na Rádio, a lista seria longa se acaso houvesse alguém, com tempo e pachorra, para se entreter a sinalizar as asneiras que, no dia a dia, nos "entram" casa adentro. Dizem, então, eles e elas, aqueles e aquelas que ganham escandalosos ordenados, sem que para tal mostrem um mínimo de competência: 


OS PIRATAS da NATO?
- A moral da equipa...
- Duzentas gramas...
- Quaisqueres palavras...
- Entreteu a turma...
- Fizestes...
- Dissestes...
- Corrimões...
- O mau-estar...
- Em frações de segundos...
- Por haverem alunos...
- Póvoa do Varzim...
- Póvoa do Lanhoso...
- Hospital Garcia da Horta...

E o mais grave é que, numa mesma sessão, insistem no erro sistematicamente, dando a ideia de que não são lapsos momentâneos, mas antes pura ignorância.
É de lamentar que as entidades, aqui representadas por pessoas, que têm o dever de informar, com a devida correção, uma população de alguns milhões de pessoas, não cumpram, essas mesmas entidades e seus colaboradores, os requisitos mínimos que devem orientar os comportamentos de verdadeiros profissionais.
Mandem essa gente de volta à escola ou façam reciclagens, mas a prosseguir nesta senda, mais vale que vão "cantar" para outra rua e nos desamparem a loja.



8 dias, queres dizer!

sábado, 19 de janeiro de 2013

GENTE QUE (em princípio) VOTA

Terrorismo social

GENTE QUE (em princípio) VOTA
Muita desta gente, do tipo que abaixo aludo, vota. Vota, mas não devia. É por estas e por outras parecidas, que os políticos nos enganam e ainda se riem: uns nas nossas costas e outros, com menos pudor, estilo Miguel Relvas, com aquele sorriso cínico, até na nossa cara, riem de nós. Portanto, cuidado com eles!

Aqui há tempo, ainda antes da obrigatoriedade da recolha pelo vendedor, comprei um frigorífico novo e, para me livrar do velho, coloquei-o em frente ao prédio, junto de um contentor, com o aviso: "Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levar".
O frigorífico ficou três dias no local, sem interessados.
Em seguida, afixei-lhe um papel dizendo: "Frigorífico à venda por 50 €uros".
Nessa noite foi roubado.
Ele ou ela, votam.
                                                                                                                                                               

Uma vez, quando fui a uma agência imobiliária, a fim de alugar um apartamento no Algarve, e quando perguntei à empregada para que lado ficava o Norte, porque não queria que o meu sono fosse incomodado pelo sol da manhã, ela perguntou: - "O sol nasce do Norte?"
Quando lhe expliquei que o sol nasce a Nascente (daí o nome), já há muitos anos, ela desabafou:
 - "Sabe, eu não estou muito atualizada a respeito desses assuntos".
Ela também vota.
                                                                                                          

Tenho uma vizinha, daquelas que, nas reuniões de condomínio, falam, falam... falam de tudo: do que sabem e do que não sabem. Então, esta mesma senhora, enquanto aguardávamos a chegada do administrador do condomínio, ia falando com uma outra vizinha, gabando-se que tinha adquirido uma ferramenta salva-vidas, para cortar o cinto de segurança se nele ficasse presa, em caso de acidente. Mas quando a outra lhe pediu para definir a peça e como a guardava, ela, de nariz empinado e com toda a naturalidade, disse: - "No porta-bagagens, claro!"
Ela vota.
                                                                                                                                                              

Aqui há dias, na frutaria da esquina, após uma rapariga, dessas da moda, com um anel no nariz e uma corrente a ligá-lo ao brinco, ter saído porta fora, ouvi o seguinte comentário: - "Será que a corrente não lhe dá um puxão no nariz, sempre que ela vira a cabeça"?
Esta senhora desconhece que a distância entre as duas extremidades da corrente é constante, mas...

Ela vota.
                                                                                                                                                              

Um amigo meu, pessoa viajada, deu conta de que as suas malas não figuravam no tapete de bagagens do Aeroporto de Pedras Rubras. Já tinha contado três passagens, e da sua bagagem nem sombra. Dirigiu-se ao balcão das bagagens extraviadas e queixou-se do facto à funcionária. Ela, sorrindo, disse-lhe: - O senhor não se preocupe. Sou uma profissional experiente e tudo se vai resolver pelo melhor. Agora, diga-me uma coisa: - O seu avião já chegou?

A senhora do balcão, vota.

                                                                                                         

Fui há dias a uma famosa pizzaria (coisa rara) e à minha frente estava um fulano que tinha acabado de pedir uma pizza para levar para casa. O empregado, muito solícito, perguntou: - O senhor quer a pizza inteira ou quer que a corte em 4 ou mesmo em 6 fatias? - e o freguês respondeu:
- "Corte em 4 pedaços; acho que não estou com fome suficiente para comer 6 fatias".

Este cliente, vota.

Assim sendo, pelo que se ouve e vê cá pelo burgo, podem os políticos - mesmo os mais reles e gosmas - ficar descansados, que têm sempre clientela desta a votar neles.





domingo, 13 de janeiro de 2013

A PARALISIA da CONSTRUÇÃO


13 de Janeiro, 2013 -  José Caria Luís (subanálise e crítica)

A PARALISIA da CONSTRUÇÃO
Há crise na construção civil! Dizem todos. Olha a novidade! Digo eu.
Esta realidade, patente no ramo da construção, é muito mais abrangente do que a simples Construção Civil. A construção, a que muitos teimam em chamar, única e simplesmente "Construção Civil", tem um vasto campo de ação: desde a dita Construção Civil (entenda-se edifícios) às obras de Vias de Comunicação, Gasodutos, Obras Marítimas e Fluviais. A crise instalada terá múltiplos fatores na sua génese, e as maleitas nada explícitas, confusas q.b., quase sempre de sentido único, apontadas ao setor, também não são ajuda na análise séria e cuidada, que tem que ser feita aos despojos do ramo da indústria que mais empregados teve nas últimas cinco (?) décadas e mais desempregados tem no presente. Pelo menos, em Portugal. Julgo que as causas que estiveram na origem do descalabro verificado, serão bastante específicas e complexas; algumas delas transcendem-me os conhecimentos, por isso não me vou alongar em conjeturas, que mais não fariam do que ajudar à confusão. Ora como eu apenas pretendo, neste espaço crítico, dar o meu contributo no sentido de ajudar a clarificar o tema, tendo em conta a minha longa atividade profissional, não entro em áreas cujos meandros não domino e, por via disso, cingir-me-ei apenas ao leque de conhecimentos e vivências onde estive inserido.
Começando pela deficiente classificação das pessoas, direi, como exemplo, que em meados da década de 70, o mercado teve tal incremento, as coisas evoluiram de tal modo, que se assistiuà implementação espontânea, um tanto de estilo selvagem, de que "quem tem olho é rei", numa onda de aproveitamento aos oportunistas e perniciosa para os verdadeiros profissionais. Senão vejamos: em 1970, na empresa onde eu trabalhava (Construções Técnicas, S.A.), na obra do Hangar 6 da Tap, no Aeroporto de Lisboa, o salários dos artífices era nivelado, igual para todos eles, mas como em obra de tal "finura" de acabamentos, havia os mais, os medianos e os menos habilitados, lógico seria que se fizesse uma destrinça, premiando os mais habilitados. Para isso foram criadas três categorias de artífice: A, B e C; send0 que os A auferiam um prémio diário de x, os da B, y e os da C não tinham direito a nada. Estes não passavam de operários de 3ª, que só abriam roços ou pouco mais.
Passados poucos anos, uns quatro ou cinco, os Sindicatos, em conjunto com as Comissões de Trabalhadores, acharam que todos os operários eram iguais, portanto nada de premiar os que eram mais capazes. Eles até diziam que aquele esquema era uma artimanha do patrão para desunir a classe. Sabem o que aconteceu? Eu conto! Os da categoria A, que sabiam trabalhar e rendiam em consonância com os seus conhecimentos, sentiram-se roubados e, ao tempo que deixaram de ser tão perfeitos nas tarefas, também deixaram de render na atividade; os segundos, da B, também acharam que eram superiores aos da C e que, agora, os seu proventos tinha regredido; os da C, felizes e contentes da vida, nem sequer se esforçavam para aprender, indo mais além, porque se ganhavam tanto como os da A e da B, para quê mais preocupações?
Com os encarregados, em que uma anterior geração, andou a queimar as pestanas para conseguir evoluír e chegar a outro patamar, passou-se o mesmo, isto é, livros fora. Bastava um pouco de expediente, ser da cor predominante e já estava. Estudar era só para os vaidosos.
No início deste século, a CE "inventou" o CAP - Certificado de Aptidão Profissional. Era feito por classes. Não só para a arraia miuda, como também para Encarregados, Topógrafos, Técnicos de Construção Civil e até os Engenheiros tinham que se sujeitar aos testes que lhes garantissem o citado Diploma, sem o qual não se poderiam exercer atividade profissional. Sabem no que deu? Em nada! E sabem porquê? Porque o nível de literacia e restantes conhecimentos técnicos, da esmagadora maioria que foi a exame, eram tão fracos, sofríveis, que o Ministério suspendeu os testes e os Diplomas. E andei eu a preparar-me, afincadamente, para obter aquele Certificado, o tal CAP que me permitiria exercer a minha atividade de Técnico de Construção Civil em qualquer país da Europa, para, agora, o ter espetado numa parede do meu escritório, como se de um quadro de Goya se tratasse. Tem a data de 19 de Outubro de 2006 e é válido até 19-10-2014. É um quadro para reformado ver.
Tudo isto para lembrar que, grande parte das pessoas que entraram de roldão na chamada construção civil, não eram senão paraquedistas de queda livre, oportunistas que vislumbraram no mercado uma maneira fácil de ganhar dinheiro. Agora, nesta fase crítica, tanto sofrem os que sabem, como os que nunca souberam.
E é bom não esquecer, ao menos para memória futura, aqueles que nunca foram do setor da construção civil, mas cujas profissões estavam direta ou indiretamente ligadas ao ramo, e se encontram no desemprego, tal como os outros. O resultado final é o somatório das partes.
José Caria Luís
 
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12 de Janeiro, 2013 - por Fernanda Pedro (texto)
 
A queda do volume de construção aumentou o desemprego no sector. Só vai sobreviver no mercado quem tiver qualificações.
O sector da construção é dos que mais tem sofrido com a recessão. Muitas empresas já fecharam portas empurrando milhares de trabalhadores para o desemprego. Segundo os últimos dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no terceiro trimestre de 2012 o licenciamento de obras voltou a cair para novos mínimos. O número de edifícios licenciados teve uma redução média anual de 14,4%, fixando-se em cerca de 5.100 edifícios. Também o número de edifícios concluídos registou uma variação média negativa, -1,1%, caindo para 6.400 edifícios. Todas as variáveis analisadas registaram os valores trimestrais mais baixos desde o 1.º trimestre de 2001. Ainda no ano passado a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) revelou que o desemprego na construção atingiu um máximo histórico e o sector perde actualmente 90 postos de trabalho por hora. E para o ano agora iniciado não se perspectiva nenhuma alteração nesta tendência.
Vítor Cóias, presidente da direcção do GECoRPA - Grémio do Património, revela que é totalmente irrealista esperar que, em Portugal, a construção volte aos excessos dos anos de transição do milénio. «O país vê-se hoje a braços com perto de um milhão de habitações devolutas, com o inerente desperdício de recursos materiais, energéticos e financeiros. A queda do volume de construção é uma correcção saudável, que só peca por tardia. Infelizmente traduz-se num excedente de mão-de-obra e, portanto, em desemprego», salienta.
O responsável adianta ainda que o nível de qualificação da mão-de-obra da construção é muito baixo, sendo particularmente difícil a situação dos desempregados do sector. «Os operários qualificados conseguirão mais facilmente encontrar emprego, provavelmente no estrangeiro, nos tempos mais próximos», admite.
Construção pede mais mão-de-obra qualificada
Vítor Cóias refere o documento Strategy for the sustainable competitiveness of the construction sector and its enterprises, da Comissão Europeia, onde se prevê que a construção necessite cada vez mais de mão-de-obra qualificada para a aplicação de tecnologias avançadas e para a melhoria da organização do trabalho. O responsável do GECoRPA refere também um estudo publicado pelo IAPMEI em 1998, onde se reconhecia que «a generalidade dos trabalhadores da construção é actualmente ‘menos sabedora do seu ofício’, tem menos qualificações profissionais do que há trinta anos».
«Esta situação não se alterou. O número das profissões do sector da construção em condições de serem certificadas mantém-se estagnado há vários anos, não ultrapassando as duas dezenas, num total de mais de 60», explica Vítor Cóias. O número de Certificados de Aptidão Profissional (CAP) atribuídos a profissionais do sector é pouco significativo. Para este insucesso muito contribuiu o facto da atribuição dos alvarás para o exercício da actividade de construção não depender das qualificações dos profissionais.
Com o Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de Julho, foi criado o Sistema de Regulação de Acesso a Profissões (SRAP), que visa simplificar e eliminar barreiras no acesso a profissões e actividades. «Apesar do inegável interesse público do sector da construção, e da sua gritante necessidade de qualificação, a maior parte das profissões nele exercidas não é regulamentada e não se prevê que o venha a ser. Tal facto alinha bem com o facilitismo do passado, mas está em clara contradição com o que o que deve ser a estratégia do sector, enunciada em meados deste ano pela Comissão Europeia», alerta Vítor Cóias.
Reabilitação com qualidade será difícil
Para o presidente do GECoRPA é necessário melhorar o nível de literacia da força de trabalho da construção. Os recursos humanos deste sector possuem qualificações muito baixas (dois terços não têm mais do que a antiga 4.ª classe), na linha do reduzido nível de literacia da população adulta portuguesa. «O mais grave é que, segundo informação da Comissão de Regulação do Acesso a Profissões (CRAP), que deve emitir pareceres sobre a fixação de requisitos de acesso a determinadas profissões, não se prevê que as principais áreas da construção venham a ser regulamentadas, ao contrário da Alemanha, Áustria, Reino Unido ou França», revela.
Para Vítor Cóias isso está em clara contradição com o que o que deve ser a estratégia do sector. «Dificilmente haverá intervenções de reabilitação com qualidade, em termos de eficácia e economia, sem que haja empresas qualificadas, e não haverá empresas qualificadas se não houver profissionais qualificados», conclui.
Fernanda Pedro
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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os JORDANOS de lá e os JAVARDOS de cá


Cidadão jordano encontra e devolve saco com cerca de 344 mil euros

O homem encontrou um saco de dinheiro contendo cerca de 344 mil euros numa rua na cidade de Zarqa, no norte do país, e decidiu lançar um apelo numa rádio local para encontrar o proprietário.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/cidadao-jordano-encontra-e-devolve-saco-com-cerca-de-344-mil-euros=f705363#ixzz2HPXY7Q9P

O meu comentário:
 
Ah pois! Foi na Jordânia, não foi? Ainda bem, porque se fosse ali para as bandas de S. Bento, o dono do saco, mesmo que o levasse na mão, sem o ter perdido, seria atacado e roubado pela "Trempe" do costume.
É que, naquele país de bons costumes, os ladrões levam as mãos decepadas, quando presos e condenados por roubo. Se essa lei vigorasse em Portugal, era bem capaz de não haver governantes e muitos autarcas, que não fossem manetas, de ambas as mãos, já se vê.

Em Portugal, como disse o amigo Pedroso, sofre-se muito para se ser sério!... E dá vontade de perguntar: - Ser sério, compensa? - responda quem souber.
Nunca mais me esqueço de um episódio que protagonizei, no ano de 1990, numa ida ao, já defunto, BPA, situado  na Estrada de Circunvalação, perto da Rotunda AIP, no Porto. Fui a esse balcão, na hora de almoço, fazer um levantamento de um cheque ou transferência, vinda da Bélgica. Pela pressa, confiei na contagem das notas, feita pelo manga-de-alpaca, e segui para casa, a fim de almoçar. Entreguei o envelope com a "massa" à minha esposa, e esta pôs-se a contar as notas. Contou, recontou e voltou a contar. de súbito, já com certezas, afirmou: - Há aqui dinheiro a mais! E muito!
Eu, interrompendo o repasto e meio incrédulo, disse: - Antes a mais do que a menos! - e pus-me a desfolhar as notas. Passados poucos segundos também eu chegara à conclusão que, em vez dos setecentos e tal contos, tinha contado mil quatrocentos e não sei quantos... Confesso, que a primeira ideia que me saltou à cabeça, foi ficar com o excedente. Mas, no minuto seguinte, conferenciando com a mulher, concluí que o mais correto e aconselhável, seria devolver as notas, que tinham vindo a mais, à procedência. Até porque, comentámos entre os dois, se o dinheiro não fosse devolvido, o fulano do balcão é que tinha que "arrotar" com o "desfalque". E foi dentro desta filosofia que meti as notitas no envelope e regressei ao Banco.
Dirigi-me ao tipo do fato e gravata e disse-lhe ao que ia. Ele, ao mesmo tempo que escutava o que eu lhe transmitia, ia desfolhando os maços da "massa". Quando acabou a contagem, nem respirou fundo, nem me pareceu minimamente preocupado. Mas, quanto a mim, o pior é que o descarado nem sequer me agradeceu o gesto. Fez de conta que tudo aquilo era uma coisa normal, o dinheirinho estava de volta, e nada mais havia a comentar.
Eu, perante tal desfaçatez, reagi mal. E fiz-lhe ver que, não fora a minha honestidade e solidariedade, e ele tinha que desembolsar uns meses de vencimento, para colmatar a brecha. Sabem o que o mangas me respondeu? Foi assim:
- Não era eu quem ia pagar o prejuízo ao Banco! - e perante a minha incredibilidade, esclareceu:
- Nós, os que lidamos com dinheiro, temos um fundo especial para atender a casos desta natureza. - e mais não disse. Não disse ele, mas disse eu, fazendo-lhe ver que, como funcionário bancário, não seria muito profissional, mas como pessoa era um mau caráter. O tipo só não me deixou ali a falar sozinho, porque, entretanto, saí. Saí, mas muito indignado.
Quando, à noite, retornei a casa, disse:
- Se houver uma próxima, eu digo-te como é! Não devolvo nem um chavo!
Mas, até hoje, não houve mais próximas.

a) José Caria Luís


Obs. Texto escrito pelo A.O.

sábado, 5 de janeiro de 2013

A MARATONA ESQUISITA

A MARATONA
― Onde se fala das diversas Maratonas ―
Nunca, em tão pouco tempo, li e ouvi tantos disparates no que concerne à formatação e designação da prova de atletismo, conhecida, em todo o planeta, como a MARATONA.
            É verdade que, no antigamente, dentro das décadas de 40, 50 e 60 do século passado, os meios de comunicação eram bem mais restritos e limitados do que aqueles que hoje se encontram ao dispor do cidadão comum. Não há termo de comparação possível. Eu ainda sou do tempo em que nem havia televisão, quanto mais!... Apenas por volta dos meus catorze anos (1958), comecei a ver, na montra do “Manel das Telefonias”, na rua Batalhoz, no Cartaxo, um aparelho, em forma de paralelepípedo, que debitava umas figuras mescladas, aqui e ali, de sombras e riscos, para gáudio dos transeuntes que por ali passavam e eram compelidos a parar, por força da novidade. Muitos daqueles, de olhos ávidos de movimento, paravam e entrincheiravam-se no passeio, com a barriga mesmo encostada à montra, a fim de tirar o melhor partido possível da posição que lhe fora conferida pela ordem de chegada. A malta, da qual eu também fazia parte, não ouvia patavina do que vinha do interior daquele caixote mal concebido (arquitetonicamente falando), pois que, através da forte vidraça, nem um mísero decibel extravasava para o exterior. Mas, como todo aquele aparato era novidade, o pessoal já se considerava feliz só por ver os “bonecos” a movimentarem-se de um lado para o outro, e vice-versa.
Contudo, o rádio, aquele fantasmagórico aparelho que também fazia parte da mobília de uma qualquer taberna, e mais parecia uma caixa de fósforos gigante com um favo de colmeia na frente, já uma magra percentagem da população do meu concelho se dava ao luxo de o possuir. E era neles, ou em galenas concebidas e fabricadas pelos mais dotados, que se sabiam algumas coisas daquelas que se passavam no mundo. Assim o Salazar o autorizasse. Só passava para o exterior, aquilo que os fidelíssimos “homens do lápis azul” permitiam.
Os jornais também existiam. Em Vale da Pinta nunca vi outros senão “O Século” e o “Diário de Notícias”. Mas a “marca” pouco importava, porque além da sua leitura ser à borla, na barbearia do Zé Bedo ou numa das muitas tabernas da terra, desde que se conseguisse deitar a mão ao diário (porque a concorrência era enorme), já o fulano se sentia prendado. Mas, em termos de filtragem de notícias, o estratagema era idêntico ao da rádio.
Toda esta conversa, para estabelecer uma miríade de diferenças entre esses remotos tempos e os dias de hoje, 2ª década do século XXI. Pois fiquem sabendo os mais novos que, apesar do défice de informação que nos chegava, sempre havia uns dados, umas notícias, que iam escapando aos filtros da ditadura e, desse modo, acabavam por possibilitar o nosso acesso ao conhecimento. Tanto assim era que, desde esses tempos imemoriais, fiquei a saber que uma maratona, quer se realizasse no Cartaxo ou no Bangladesh, tinha, mais coisa menos coisa, cerca de 42km, ou seja 42,195km, para ser mais preciso. Pôde o Salazar cercear muito do conhecimento universal ao seu povo, mas não a distância de uma maratona. Desde que não fosse um assunto que o 1º ministro de então considerasse tabu, o povo até podia saber, como foi o caso. E o caso que aqui me traz hoje, tem precisamente a ver com o estar ou não informado. Eu preferia dizer: estar corretamente informado. É que pode fazer a sua diferença.
Comecemos então:
Sou assinante do quinzenal “O Povo do Cartaxo”. Como resido longe e gosto de estar a par dos acontecimentos do meu concelho, sinto tal avidez pela sua chegada à minha caixa do correio, que, mal o desdobro, me embrenho na completa leitura das suas páginas; nem os anúncios escapam. Por isso foi sem dificuldade que li, na página 12, “Trilhos de Pontével”, uma notícia, sobre o IX Passeio BTT, que informava da realização daquela prova, a qual alguém definiu como uma maratona de 60km e uma outra, que seria uma meia-maratona de 30km. Ora como eu, nessas pretéritas e longínquas décadas, como acima disse, escutei, li e vi, algures, a história da maratona, porque razão se chamava assim, e qual a sua distância, estranho que, ainda hoje, se confunda essa histórica prova com umas outras, com diferentes distâncias, e até em diferentes modalidades, que há pouco tempo foram concebidas como, por exemplo, o ciclismo, ainda que na vertente de BTT. Ainda há uma semana li um artigo no facebook da “Rádio Cartaxo”, que anunciava uma maratona pedestre, a realizar em Março, creio que no Cartaxo, com 80km, e uma meia com 40km. Sim, se uma unidade era 80, por força das circunstâncias, por exclusão de partes e associação de ideias, a meia-maratona tinha que, forçosamente ser 40. Eu até comentei no “sítio”, mas como ninguém se justificou ou anulou o “post” informativo, e, a par disso, sai esta nova desinformação na organização dos “Quarentões”… E o concelho do Cartaxo até tem o privilégio de possuír dois grandes campeões: o Marco Chagas (ciclismo) e o Rui Silva (atletismo), a quem, à priori, podiam ter perguntado algo sobre o assunto.
Era bom que se desse alguma atenção a estes casos, pois eles em nada contribuem para a formação e informação das pessoas que os leem. Gralhas e lapsos são uma coisa a que ninguém escapa, nem o mais "pintado", no entanto, negligenciar ou tentar modificar realidades oficialmente estabelecidas, são outras completamente diferentes. Portanto, no sentido de não se vir a tomar a nuvem por Juno, aqui deixo alguns dados recolhidos na NET acerca da MARATONA.
Maratona
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Olímpico desde:1896 H / 1984 S
Desporto:Atletismo
Praticado por:Ambos os sexos
Recorde mundial
Homens
Patrick Makau
Quênia

2h03:28s[1]
2011, Berlim
Mulheres
Paula Radcliffe
Reino Unido

2h15:25s[2]
2003, Londres
Campeão olímpico
Londres 2012
Homens
Stephen Kiprotich
Uganda
Mulheres
Tiki Gelana
Etiópia
Campeão mundial
Daegu 2011
Homens
Abel Kirui
Quênia
Mulheres
Edna Kiplagat
Quênia
Maratona é uma das provas mais longas, desgastantes e difíceis do atletismo olímpico. Ela é disputada na distância de 42 195 m (42,195 km) desde 1908. É tradicionalmente o último evento dos Jogos Olímpicos.

Índice

[esconder]

[editar] A maratona lendária

No ano de 490 a.C. quando os soldados atenienses partiram para a planície de Marathónas para combater os persas na Primeira Guerra Médica, suas mulheres ficaram ansiosas pelo resultado porque os inimigos haviam jurado que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, violariam suas mulheres e sacrificariam seus filhos.
Ao saberem dessa ameaça, os gregos deram ordem a suas esposas para, se não recebessem a notícia da sua vitória em 24 horas, matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se.
Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado, de modo que temeram que elas executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades ordenou a seu melhor corredor, o soldado e atleta Filípides, que corresse até Atenas, situada a cerca de 42 km dali, para levar a notícia. Filípides correu essa distância tão rapidamente quanto pôde e, ao chegar, conseguiu dizer apenas "vencemos", e caiu morto pelo esforço.
No entanto, Heródoto conta que, na realidade, Filípides foi enviado antes da batalha a Esparta e outras cidades gregas para pedir ajuda, e que tivera de correr duzentos e quarenta quilômetros em dois dias, voltando à batalha com os reforços necessários para vencer os persas
Seja como for, cerca de 2400 anos mais tarde, em 1896, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Filípides foi homenageado com a criação dessa prova cuja distância era de 40 km, mas que desde 1908 está estipulada em 42,195 km.

[editar] Maratonas desportivas

Em 1896, durante os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Filípides foi homenageado com a criação da prova. No início, a distância a ser percorrida era de cerca de quarenta km, a mesma que separava Maratona de Atenas. O grego Spiridon Louis foi o primeiro campeão olímpico de maratona. Na edição de Estocolmo 1912, o português Francisco Lázaro morreu durante a prova.
Nos Jogos de 1948 em Londres, a distância da maratona olímpica foi estabelecida. Até aí, a distância era variável, embora sempre próxima dos quarenta km. Para que a família real britânica pudesse assistir ao início da prova do jardim do Palácio de Windsor, o comitê organizador aferiu a distância total em 42 195 metros, que continua até hoje.
A mais antiga maratona anual do mundo é a Maratona de Boston, nos Estados Unidos, disputada em todo feriado do Dia do Patriota, na terceira segunda-feira de abril, desde 1897.
As maiores maratonas mundiais constituem o circuito World Marathon Majors (WMM), estabelecendo um prêmio no valor de um milhão de dólares para o melhor classificado feminino e masculino, no final da temporada.
Pertencem ao WMM as maratonas de Boston, de Londres, de Berlim, de Chicago e de Nova York.
Atualmente, o recorde mundial pertence ao queniano Patrick Makau, que no dia 29 de Setembro de 2011, em Berlim, estabeleceu o tempo de 2h 03m 38s.
Anteriormente, dois atletas de língua portuguesa já quebraram o recorde mundial da maratona: o português Carlos Lopes em Roterdão, em 1985, com 2:07.12 e o brasileiro Ronaldo da Costa em Berlim, em 1998, com 2:06.05.
A primeira prova oficial de maratona feminina foi nos Campeonatos da Europa de Atletismo em Atenas em 1982, prova ganha pela atleta Rosa Mota.
A maratona feminina foi introduzida nos Jogos de Los Angeles em 1984. A portuguesa Rosa Mota ganhou a medalha de bronze e, quatro anos depois em Seul, alcançou a medalha de ouro.
Uma prática comum durante as competições de maratona é a participação de corredores conhecidos como pacesetters, ou "lebres", em português. A função deles é servir de guia para os demais competidores, o que acirra a competição e facilita a obtenção de recordes. Esta prática, entretanto, é usada apenas em maratonas anuais pelas cidades do mundo que tem grandes patrocínios e pagam grandes prêmios em dinheiro, e geralmente no intuito de perseguir melhores tempos. Nas maratonas oficiais da IAAF e do COI, não existem este tipo de corredores contratados.

[editar] Regras

  • O percurso deve seguir estradas pré-determinadas.
  • Os competidores não podem correr sobre terra ou relva.
  • A cada cinco quilômetros, estações de descanso devem estar disponíveis. Os corredores não podem descansar em locais não especificados pelo comitê organizador.
  • Qualquer corredor que receba ajuda externa será automaticamente desclassificado.
  • Se a equipe médica determinar que um atleta não tem condições de continuar a corrida, o corredor deve se retirar imediatamente.

[editar] Os melhores corredores de sempre


Maratonistas a caminho de Atenas nos Jogos de 1896.
Em outubro de 2011, Fauja Singh com 100 anos de idade, completou a maratona de Toronto em 8 horas 11 minutos e 5.9 segundos, tornando-se no mais velho e primeiro centenário a completar a prova[3].

CARTAXO - Anexar Vale da Pinta?



JUNÇÃO DE FREGUESIAS

Depois de muito ter ouvido, pouco lido e nada visto, no que concerne à já famigerada junção ou supressão de freguesias, dou comigo a cair na real, isto é, soou-me aos ouvidos que, afinal, a freguesia de Vale da Pinta, aquela terra que me viu nascer, também ia ser incorporada na lista das freguesias a extinguir. Uma freguesia com cerca de 1300 habitantes, quiçá milenar, a mais antiga povoação do concelho e que, segundo escritos oficiais existentes no Arqº da Torre do Tombo, tem algo de histórico? Uma freguesia que tem Igreja Matriz, Biblioteca Municipal, Escola Básica, Jardim de Infância, Centro de Dia para Idosos, Clube de Futebol, Banda de Música, Jazz de Rua (Walking Jazz), Grupo Coral, Rancho Folclórico, Grupo de Cantares da Aldeia e Escola de Judo, estava na lista negra? Eu nem queria acreditar! Então aquela terra, que foi berço da minha meninice, da minha fase escolar na Primária, aquela terra, onde eu era um dos participantes em todos os bailaricos e jogos de futebol, ia ficar cerceada da sua identidade? A minha terra, que foi meu albergue durante mais de vinte e cinco anos, onde casei e registei filhos, aquela terra onde fiz teatro amador e fui um dos pioneiros na construção do seu campo de futebol, ia ser riscada do mapa das freguesias? Vale da Pinta onde, por razões profissionais e académicas, deixei de residir, mas que, apesar disso, continua a ser o meu local privilegiado sempre que me apetece e posso visitá-la (e não são raras as vezes), ou escutar a sua Banda Filarmónica, além de ali poder rever os meus familiares e amigos, dizia eu que, por portas e travessas, vim a constatar que, também, Vale da Pinta fazia parte de uma necrológica lista tendente a eliminá-la do mapa.
Bem, mas tudo isso era obra do diz que disse. Mas fosse mexerico ou uma apalpação, como um ato de atirar o barro à parede, para ver onde paravam as modas, havia que procurar saber, de fonte segura, se acaso se tratava de fazer bluff, aventado por alguém com propensão para criar expetativas e casos dramáticos na comunidade local, ou se, pelo contrário, era assunto sério. Se assim fosse, merecia essa notícia ser mais aprofundada, no sentido de conhecer, além da sua fonte emissora, o teor do texto, seus pontos, alíneas e tudo o mais que suportaria tal proposta. E foi isso que procurei saber. Não porque eu seja parte interessada em algo que tenha a ver com assuntos de natureza autárquica; não pretendo sequer imiscuir-me em áreas que não me dizem respeito, mas no que concerne a opinar acerca de um caso que muito me diz no campo sentimental, não deixarei de tentar perceber o que é que esteve na base de tão grande controvérsia, e se tudo foi ou não engendrado.
Fiquei então a saber que existia um documento emanado pela Unidade Tecnológica para a Reorganização Administrativa do Território, de sigla UTRAT, tendo como patrono o tristemente célebre Miguel Relvas. Pretende então, aquela unidade técnica, proceder à “limpeza” que provoca uma autêntica razia nas freguesias deste país. E sendo esse o propósito a levar a cabo, devíamos saber se existia uma razão plausível que o fundamentasse. É que há muitos especialistas que não só asseguram, mas também demonstraram, que essa lei não passa de um flop, e que o motivo invocado, que teria como meta poupar uns milhares de €uros ao erário público, não favorece as autarquias nem os cidadãos. E se um Governo tiver presente que está ali para zelar pela estabilidade e bem-estar do seu povo, então, segundo os entendidos, o que se comprova é que vai ser pior a emenda que o soneto.
Foi então que, após me ter sido facultado o documento da UTRAT, intitulado com “Proposta Concreta de Reorganização Administrativa do Território”, fiquei a saber quais os parâmetros estabelecidos que dariam cobertura fiável ao fim em vista: que era suprimir a freguesia de Vila Chã de Ourique e acoplá-la à freguesia do Cartaxo (ver 1.2). Segundo um primeiro parecer daquela Comissão Técnica, era isso mesmo que devia acontecer. Porém, e por pronúncia da Assembleia Municipal (ver 1.5), haveria descontinuidade entre os lugares urbanos do Cartaxo e de Vila Chã de Ourique, pelo que deveria aquela Comissão reconsiderar a anterior qualificação e, assim, deixar esta freguesia em paz e voltar-se contra Vale da Pinta. Pelo que entendi da reviravolta operada, fiquei com a sensação de que tenha havido aqui um qualquer jogo de interesses. Por muitas palavras bonitas com que nos queiram presentear, talvez numa tentativa para amenizar a injustiça que o resultado do volt-face produziu, a simples interpretação dos textos dá para perceber que houve marosca no processo.
Ora comparando as duas situações, facilmente se compreende a razão da minha objeção. Se o tecido urbanístico entre Vila Chã de Ourique e o Cartaxo, está separado por pouco mais de 1km e, por tal motivo, são considerados em descontinuidade, como é possível que a localidade de Vale da Pinta, que fica a mais de 3 km do Cartaxo, seja considerada como contígua à sede do concelho? Um outro dado favorável, dizem eles UTRAT, é que existe uma boa rede viária entre o Cartaxo e Vale da Pinta, referindo-se à estrada N365. Nesta via estreita, quando por ela se cruzam duas viaturas em simultâneo, os seus condutores têm que fechar os olhos e “seja o que Deus quiser”, ao passo que a ligação do Cartaxo para Vila Chã de Ourique, se faz pela desafogada EN3. Todavia, ainda existe um outro handicap que, em termos de mobilidade, menoriza as condições dos valedapintenses, sempre que necessitem de se deslocar ao Cartaxo: tem a ver com a periocidade dos transportes públicos entre as duas localidades, que estarão na proporção de 1/10 em comparação com o fluxo da EN3. Portanto, nenhuma analogia existe entre as duas situações em causa.
Clarificando o meu ponto de vista, direi que nada me move contra o Cartaxo ou Vila Chã de Ourique; apenas defendo que haja coerência no processo. Para que conste, e para que não dê azo a juízos errados, até residi no Cartaxo, no pós casamento, e onde tenho registado um filho ali nascido. A freguesia de Vale da Pinta será ou não extinta e, por analogia, anexada ou não à sua congénere do Cartaxo. Seja como for, não se compreende como foi possível escrever uma coisa e, depois, após a apresentação de uma proposta e de uma – pelos vistos – aceitação de uma pronúncia, eivada de falsos argumentos, seja possível a pretensão de pôr em prática uma outra completamente diferente. Parece confuso, não parece? Mais confuso fiquei eu!
Se os atributos que estivessem em jogo, entre as duas freguesias, tivessem em conta a relação entre o número de fogos, habitantes ou tecido industrial, então podia dizer-se que nada seria questionável: nada obstava a que a anexação recaísse sobre Vale da Pinta, agora assim, do modo como estão a tentar cozinhar o enlace, não me parece coerente. Arranjem outros argumentos, com base real, que sejam válidos e sirvam de base ao que pretendem fundamentar, mas não tentem enganar a população de Vale da Pinta com uma espécie de faz de conta que...
Não tenho formação jurídica nem afim, mas isso não me impede de deixar bem explícita a pretensão de chamar a atenção de alguém de direito, que possa evidenciar este caso, no lugar próprio, tentando evitar que se cometa tamanha injustiça.
Se o processo em congeminação for avante, então, em jeito de retaliação, têm os valedapintenses uma arma - por enquanto legal - ao seu dispor, sempre que se realizem atos eleitorais, que é proceder ao boicote do mesmo. Eu faria isso.
Depois de se ter assistido ao fecho da Unidade de Saúde local, vai-se a Junta de Freguesia, a seguir vai-se a Biblioteca e, por este andar, não me admiro nada que também fechem a Escola Básica.
Se ainda cá ficar alguém que escape ao anunciado Fim do Mundo[1], em de 21 de dezembro, outrora profetizado pelos Maias, vai poder constatar que nada de bom se augura para o futuro de Vale da Pinta.


[1] Segundo os Maias, o Fim do Mundo será em 21-12-2012

CRÓNICA DO SIPAIO ULTRA-RACISTA


QUEM ASSINA ESTE ARTIGO, É UM SIPAIO XENÓFOBO E RACISTA; UM LAMBE-BOTAS NOVO RICO, DE NOME RUI RAMOS.

Artigos Rui Ramos |
Privilegiados contra desesperados

28 de Novembro, 2012 Milhares de portugueses desesperados formam diariamente filas intermináveis nos Centros de Emprego e outros largos milhares ainda é noite e lá vão para Alcântara na tentativa esperançosa de conseguir um visto para Angola, a nova Terra da Promissão. O povo português é tradicionalmente um povo pobre, povo de olhar o chão para ver se encontra centavos, tostões ou cêntimos. Mas de repente votou num poder que lhe abriu as portas do paraíso artificial. Desatou a contrair empréstimos para comprar primeira, segunda e terceira habitação, carros para cada membro da família, computador para cada membro da família, cão para cada membro da família, um telemóvel por cada operadora para cada membro da família. Os bancos fizeram o seu trabalho de casa, deram empréstimos a cada membro da família, deram cartões de crédito, cinco para cada membro da família, até bebé tem cartão de crédito e empréstimo bancário em Portugal. Narizes empinados, até pareciam ricos. Parecia que estavam a crescer, a subir. Tinha até motorista de autocarro 463 que não parava na paragem quando trabalhadora cabo-verdiana tocava. Trabalhar para pretos? Menina mais castanha era chamada de “suja”, vai para a tua terra. Presidente da Câmara de Lisboa apanhou sol desde os tempos dos avós e muitas pessoas chamavam-lhe “o preto da Câmara”. Gostam muito de chamar “pretinho”, gostam mesmo. De repente acabou a teta da loba, secou, voltou ao que era, como sempre foi: país muito pobre. Quase dois milhões no desemprego para o resto da vida. Prosperam negócios ilegais, nas cervejarias trafica-se droga na cara da polícia, à luz do dia assaltam-se pessoas e supermercados impunemente, a polícia diz que não pode fazer nada. Então chegam notícias, não de Preste João, mas da teta angolana: tem leite enriquecido. Chiu, não chama mais preto, eles não gostam e não te dão visto. E então a procissão de nossa senhora da esperança avança para Alcântara, enche o passeio como uma jibóia. Marcam lugar, vão rápido no bar, menina, uma bica bem escura, eu não sou racista. Na bicha só se ouve “eu não sou racista, nunca fui, eu nunca chamei preto a ninguém, acho que me vão dar visto… Esses são os desgraçados, arruinados, miseráveis de um país no abismo. Outros vivem desses. Os candongueiros, os fugitivos dos impostos, mas também os intelectualóides que já foram paridos com um livro na mão. Passam lá de madrugada quando voltam para casa e ao verem aquela bicha espumam como cão vadio, põem cara de podre e murmuram “pretos da merda”, passam na bicha e trombeiam “aquilo lá é uma ditadura, os chineses comem pessoas…”. Ninguém liga a esses pereiras gayvotas de rabo gordo. Depois quando acordam a meio da tarde voltam lá – e lá está a bicha – outra bicha interminável, para recolher os vistos, os intelectualóides trombilham de novo, despenteados, casposos e com a boca suja (intelectualóide lusitano não lava os dentes): “ide lá, ide, ide lá fazer filhos mulatos…” Derrotada em Sintra, à beira da exaustão nervosa, depois de três horas no IC19, Ana Gomes chega a Alcântara e fala de longe aos desesperados de migalhas: “Eu sou amiga de Angola, eu nunca falei mal de Angola, quem falou mal foi o doutor Pacheco Pereira, eu nunca fui à Jamba, eu nunca vi o Savimbi, eu não pus nome de Savimbi no meu filho, quem pôs foi o João…” Os zombies lusitanos não a ouvem, nem a ela nem ao tal Pereira, os ciumentos, os despeitados, os preconceituosos, os vozinhas finas, cheios de raiva por causa daquelas bichas longas, cada pessoa que ali chega desesperada que chega à bicha é mais uma cárie naqueles dentes sujos: “não, não, não estão a chegar mais, doutor, diga-me que não estão a chegar mais…”. Quem chega atrasado à interminável bicha diária e não ouviu, pergunta quem é aquela nervosa com aqueles tiques esquisitos. Um desesperado lhe diz, desinteressado: é uma gaja de Sintra que está bem instalada na Europa e vem aqui cuspir perdigotos gozando connosco, como aquele Pereirinha gorduxoso esquisito que brinca com a nossa miséria. Então o desesperado alcança a porta e uma luz se abre, chora de alegria pela primeira vez há muito tempo, sai do mundo escuro dos mortos e entra no mundo luminoso da esperança.
QUEM ASSINA ESTE ARTIGO, É UM SIPAIO XENÓFOBO E RACISTA; UM LAMBE-BOTAS NOVO RICO

VAMOS A POUPAR!

 
Por mais que se fale, apele, rogue ou propagandeie que, nos tempos difíceis que correm, toda a gente deve estar consciente de que poupar - nem que sejam uns míseros cêntimos - continua a saga do desperdício sem nexo e bastante incomodativo. Refiro-me concretamente aos dois pares de semáforos que estão instalados entre o km 0 e Km 1, na N12, mais conhecida pela Estrada de Circunvalação, no Porto.
Não medi a distância que medeia entre aqueles pórticos que suportam aquela sinalização luminosa, mas é bem capaz de estarem afastados entre si, não mais que uns duzentos metros. Mas não é tanto pela distância em si, que nos afeta a todos os utentes da via, mas pela não necessária permanência dos "holofotes" vermelhos, amarelos e verdes, acesos a toda a hora, obrigando as viaturas a parar a cada passo, sem que do lado direito, haja trânsito que justifique tal aberração. Aqueles dois portões - um por cada semáforo - só abrem praticamente duas vezes por ano: que é durante a Queima das Fitas e no Circuito Automóvel da Boavista (quando este se realiza).
Nas horas de ponta, então, é ver aqueles aglomerados de carros a parar nos vermelhos, sabendo os seus condutores que nenhum trânsito circula dos portões para fora. É um autêntico para-arranca, com os inevitáveis custos em combustível, material, energia elétrica, emissão de gases para a atmosfera e uma grande dose de paciência, a par da incrudelidade de quem atura tais aberrações engendradas pelos cabeças iluminadas. Ainda por cima com a agravante de, um pouco mais adiante, talvez mais cem metros, existirem mais semáforos. Estes, sim, necessários, no cruzamento de, e para Matosinhos, muito perto da entrada norte do Parque da Cidade, onde, por esta ordem de ideias, seria bem mais justificável - que não de primeira necessidade - devido ao considerável movimento de viaturas, ligeiras e autocarros, aquando das saídas.
Eu nem critico a presença física daqueles pórticos, quase siameses, que só fazem falta uma ou duas vezes ao ano, mas tão somente pelo facto de não se darem ao trabalho de desligar a sua iluminação durante os cerca de trezentos e muitos dias que restam no ano.
Será que os responsáveis pela façanha nunca circulam por ali? Se não, é bom que por lá passem, ao menos uma vez, por estes dias. Se tanto se apela à austeridade, então que sejam essas entidades, que projetam mamarrachos como estes, os primeiros a dar o exemplo.
Nós, utentes, estamos à espera que um destes dias se faça luz nos cérebros dos inventores de tal malfeitoria e mandem desligar aquelas alampadazinhas coloridas, ou então que deixem apenas as amarelas intermitentes.

ATENÇÃO, SEUS MALTRAPILHOS!


ATENÇÃO SEUS MATRAPILHOS!



www.jn.pt

Um cliente do Santander Totta não foi atendido no balcão de Celeirós, Braga, por estar mal vestido. Recebeu 169 euros na rua. Apresentou queixa na GNR. Banco condena episódio e abre inquérito

Jose Caria LuisNão foi igual, mas quase, o que aconteceu, há umas décadas, com um industrial de construção civil, natural de Pontével. Contou-me o próprio que, no início da sua atividade, sempre que ia ao Banco, no Cartaxo, envergando a sua normal roupa de trabalho e com a boina no bolso de trás das calças, salpicada, aqui e ali, por pingos de cal, era olhado de soslaio pelos funcionários bancários e ia posicionar-se no fim da fila (o que acho bem). Tempos volvidos, em que o seu negócio prosperou, passou a ser tratado por V. Exa, antecedido pelo apelido e saiu, para sempre, dessa burocracia das filas para entrar diretamente no gabinete do gerente, mesmo vestindo uma qualquer farpela. Creio até que, para o gerente, a partir do momento em que as lecas começaram a ganhar volume em caixa, o Zé até podia ir nu, porque era aceite de igual modo. Tudo aquilo eram preconceitos de mangas de alpaca, para selecionar a clientela...